sexta-feira, 25 de julho de 2025

Crônicas de Tandanun – Ah, meus tempos áureos!

Meus olhos brilhavam como estrelas.
Era um herói formidável. Nada me parava.

Costumava andar bem mais de mil léguas, desbravava masmorras e voltava com glórias e tesouros.
E sempre recolhia flores para enfeitar os cabelos de minhas donzelas.

Hoje não colho mais flores. Nem sou tão veloz quanto os grandes heróis de outrora.
Talvez eu seja apenas uma sandália velha que protege os pés do chão pedregoso...
Mas, mesmo assim, ainda sirvo para alguma coisa.

Levei uma noite inteira para subir uma pequena montanha — que antes eu escalaria em poucas horas.
Contemplando o lindo nascer do Sol, não posso me distrair.

Logo vejo meu destino: bem no topo da montanha, uma abertura esculpida por mãos angelicais.
Uma escada estreita circunda a entrada, levando ao fundo onde há uma fonte de águas cristalinas, brilhando com os primeiros raios do Sol.

A cada degrau que desço, meu corpo cansado e machucado se revigora, como se uma força celestial tomasse cada parte dele.
Estou em um ambiente calmo, harmonioso. Um cheiro gostoso de flores, e apenas o som suave da fonte.
É como se eu estivesse em outra dimensão.

O frescor da água me envolve. Despido, mergulho nas águas cristalinas.
Bebo dela. E a cada gole, o peso dos anos abandona meu corpo.
Sinto uma força incomparável fluir por mim.

Abro os olhos. No reflexo da água, não mais vejo um velho de pele enrugada e cabelos brancos como algodão.
Vejo o rosto de um jovem na flor da idade.

Subo as escadas com o coração leve e o corpo renovado.
Estou pronto para viver uma nova vida, cheia de aventuras em masmorras e encontros com lindas donzelas.



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sexta-feira, 18 de julho de 2025

Crônicas de Tandanun – O Eco do Gelo

Me sufoquei em meu berro. O desespero me toma de todas as formas...

Vaguei por muito tempo...
As pegadas que deixei para trás foram apagadas pelo vento. Já não lembro quando deixei de procurar abrigo. Enfrentei tudo e todos: feras, homens, deuses — e, por fim, a mim mesmo. Cada batalha levou algo de mim, até que restou apenas o vulto de quem um dia fui.

Meu coração endureceu. Não sou mais capaz de amar.
Tudo em mim está frio, congelado. Meu sangue cessou de fluir com vontade. Minha pele empalideceu como as cinzas de um mundo que nunca viu o sol. Tornei-me estátua em carne, espírito errante entre ruínas que nem o tempo reconhece.

Agora, o que me resta é mergulhar no vazio escuro e congelante — um abismo que me chama pelo nome.

Não sei se um dia voltarei a amar. Não sei se conseguirei sair para o mundo aconchegante, onde o riso aquece, onde a alma se deita em paz no colo do outro. Talvez eu continue vagando por essa escuridão sem rumo, guiado apenas pelo som dos próprios passos ecoando na neve eterna.

Ou talvez alguém venha me resgatar.
Alguém capaz de ver além do gelo que me envolve. De ouvir, mesmo distante, os sussurros da dor que escondo sob o silêncio.

Mas...
Espero que esse dia nunca chegue.

Pois se alguém se aproximar, eu posso quebrar. E o que se esconde dentro de mim...talvez seja pior do que o próprio frio.



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quarta-feira, 16 de julho de 2025

Diário de Tandanun – Episódio 7: Desenvolvimento de Eliont

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No episódio anterior, contei um pouco sobre como desenvolvi os personagens Karung e Vandey.
Hoje, quero compartilhar com vocês como nasceu um dos personagens mais importante do meu cenário: Eliont.

Logo de início, a ideia era seguir o clássico arquétipo do sábio que guia o herói na jornada — estilo Gandalf, Dumbledore ou até o Quíron de Percy Jackson. Aliás, minha primeira referência visual foi justamente o ator Pierce Brosnan, que interpretou o centauro no filme.

Mas, depois de alguns rascunhos... percebi que o personagem estava ficando parecido comigo — só um pouco mais velho.
E aí pensei: “Por que não?”
Decidi então me colocar dentro da história e do mundo que criei. Só troquei o nome e comecei a incorporar traços da minha própria personalidade no Eliont.

O mais curioso? Nunca fui fã de jogar com personagens arcanos. Sempre preferi os guerreiros!
Por isso, fiz do Eliont um Mago Guerreiro — uma inspiração direta do meu tempo jogando MU Online.

E assim nasceu Eliont, meu alter ego no universo de Tandanun.
Foi um processo divertido e muito pessoal, e agora compartilho isso com vocês aqui no Diário!

📌 Fiquem ligado que nos próximos episódios trarei mais bastidores da criação desse mundo que tanto amo.


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sábado, 12 de julho de 2025

Crônicas de Tandanun – O Guardião das Ossadas

Todos os dias, ao nascer do sol, um jovem da aldeia colhia frutas frescas nos arredores e subia até o topo de uma montanha esquecida. Seu destino era sempre o mesmo: um leito de pedra coberto por musgos antigos, onde repousavam as costelas arqueadas de uma criatura colossal.

As ossadas, incrustadas entre as rochas, eram tão grandes que o jovem podia se sentar entre elas como quem se abriga sob um arco natural. Ali, sentia-se pequeno — não de maneira humilhante, mas de forma serena. Observava, em silêncio, a vasta vegetação abaixo e o rio serpenteando a floresta como uma serpente líquida, brilhando sob o sol.

“Que criatura magnífica foi essa?”

Era um ritual silencioso. A cada dia, o jovem partilhava suas frutas com o silêncio e com as lembranças do que jamais presenciou. Era como se honrasse um deus extinto.

Então, numa noite de verão, o céu se rompeu.

Uma luz intensa rasgou os céus e caiu além das montanhas. Durante horas, uma coluna brilhante subia das florestas para as estrelas, até que a noite engoliu a cor do mundo. O céu azul foi perdendo sua graça. Em dias, tornou-se cinza. Em semanas, pálido. E o silêncio da floresta se tornou mais espesso.

Mesmo assim, o jovem subia.

Naquela manhã em especial, carregava sua combuquinha com as frutas mais belas que encontrara. Subiu até o mesmo lugar de sempre, mas o que encontrou não foi o habitual descanso.

As ossadas haviam desaparecido.

No lugar onde antes jaziam os enormes ossos, havia agora uma fenda profunda nas pedras, larga e escura como a boca de um antigo espírito. O jovem parou, surpreso. Piscou os olhos. Coçou a cabeça.

— Bom... vou me sentar aqui mesmo — disse, despreocupado.

O silêncio permaneceu, mas havia algo diferente. O vento assobiava como se murmurasse palavras esquecidas. O musgo parecia mais frio. O chão, mais vivo.

Quando já se preparava para partir, ouviu um som grave — um estalo abafado, como rochas rachando sob pressão.

Então, ele a viu.

Uma criatura colossal, reptiliana, saiu da floresta como se brotasse do tempo. Tinha olhos amarelos como ouro envelhecido, escamas que refletiam tons de verde e azul, e dentes que pareciam punhais de marfim. Cada passo fazia o chão tremer levemente.

O jovem caiu de joelhos. Reconheceu.

Era ela.

A criatura que jazia morta por eras agora respirava diante dele. Não sabia como. Não sabia por quê. Apenas sentia — como quem reencontra um velho amigo que jamais conheceu.

O monstro se aproximou. Cheirou as frutas. Encarou o jovem com olhos que carregavam eras.

E então, num único movimento, o envolveu com o corpo escamoso.

Nunca mais voltou para casa.

Alguns dizem que ele foi devorado. Outros, que se tornou parte da criatura. Mas há quem acredite que ele foi escolhido. Um novo guardião para a fera ressuscitada. Um elo entre o passado e o presente.

E até hoje, em noites sem lua, é possível ver uma silhueta solitária entre os ossos da montanha... colhendo frutas e sorrindo para os céus que já não brilham como antes.



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terça-feira, 8 de julho de 2025

Diário de Tandanun – Episódio 6: Desenvolvimento de Karung e Baloon

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No episódio anterior, contei como desenvolvi os personagens Vandey e Gracy.

Nesse episódio vou contar um pouco de como eu criei Karung e Baloon.

🎭 Karung – O Eterno Adolescente

Mais uma vez, um amigo meu serviu de inspiração para a criação de um personagem. Karung é um ser que ainda vive como um garoto de 15 ou 16 anos — alto, esguio, de cabelos longos e falastrão. Na verdade, a única coisa que ainda se mantém igual hoje é o fato de ele continuar sendo um grande tagarela! 😄

Karung é compreensivo, impulsivo, e cheio de energia. Quando criei o personagem, meu amigo ainda era um jovem — hoje já está beirando os 40, mas a essência continua ali.

🍻 Baloon – A Alma da Taverna

A inspiração para Baloon veio de um momento inusitado. Eu estava no meu quarto, concentrado no desenvolvimento do mundo de Tandanun, quando meu pai apareceu na porta. Ele estava bêbado, rindo alto, falando sem parar e gesticulando com entusiasmo.

Foi nesse momento que pensei: "Por que não criar um anão inspirado nele?" Meu pai não é exatamente baixo, mas a personalidade bate direitinho. Sempre com seu bigode icônico (que no personagem virou uma barba espessa), falador, espirituoso e leal. E assim nasceu Baloon, um anão que mistura humor e coração, e que agora está eternizado no meu cenário.

🔚 Considerações

Esse foi mais um episódio do Diário de Tandanun, onde compartilho como pessoas reais ajudaram a construir os personagens que fazem parte desse universo fantástico.

No próximo episódio... Talvez eu fale sobre Eliont... ou não.

Fiquem ligados no próximo Diário de Tandanun!


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sexta-feira, 4 de julho de 2025

Crônicas de Tandanun – O Amor Perdido

Caminhei por horas, talvez dias — era impossível dizer.
O tempo não seguia mais as regras do mundo conhecido. Tudo que guiava meus passos era a lembrança. A lembrança dela.

As passagens eram estreitas, fétidas e úmidas, como se o próprio ar estivesse em decomposição. As paredes da caverna choravam musgo e lama. O silêncio era denso, quebrado apenas pelo som dos meus pés vencendo o chão encharcado.

E então, a escuridão cedeu. Uma pálida luz brotou no horizonte de pedra, anunciando a chegada a uma clareira subterrânea. Era como se aquele espaço fosse sagrado, separado do resto do mundo por véus invisíveis.

No centro, à beira de um lago de águas quietas e negras, estava ele.

Um velho. Curvado como um carvalho ancestral. Apoiado num cajado de madeira retorcida, onde se firmava o crânio de uma criatura com chifres longos e quebrados. Seus cabelos brancos desciam em cascata sobre os ombros, misturando-se aos trapos que vestia. Sua pele era pálida, enrugada, quase translúcida — como se tivesse testemunhado a própria criação de Tandanun.

Diante dele, uma fumaça densa e bruxuleante nascia do lago. Serpenteava por entre as pedras, sumindo na penumbra como se desenhasse histórias esquecidas. Ela parecia viva. E, por um momento, vi um pequeno laço feito de névoa brincar no ar como uma criança inocente.

— Entre, jovem. — disse o velho, sem se virar, sem parar de contemplar a fumaça.

Eu hesitei. Como ele sabia que eu estava ali? Não fiz ruído algum.

— Por que está surpreso? — continuou — Tudo eu conheço.
Todos que chegam até mim desejam uma coisa: poder. Riqueza. Vingança.
Mas você... você quer algo muito mais antigo. Algo que não se compra nem se conquista:
Você quer o amor perdido.

Seu olhar então encontrou o meu. Era como se mil vidas me encarassem de uma vez.

— Sente-se ao meu lado. Olhe para o lago.

Obedeci. Sentei em silêncio. E ali, naquele instante, me senti fora do tempo. Fora da matéria. Como se minha alma fosse mais leve do que o corpo.

— Olhe bem... — sussurrou ele, apontando com os olhos.

No centro do lago, um redemoinho formava-se suavemente. No meio dele, uma luz fraca pulsava.

E então, vi.

Seus olhos. Seu sorriso. Seus cabelos movendo-se como se dançassem ao vento.

Ela estava ali.

Meu amor. Aquela que a guerra levou. A que nenhuma magia ou deus conseguiu devolver. Mas ali, naquele instante suspenso entre mundos, entre o real e o etéreo... Eu a via. Sentia.

E sem dizer palavra, entendi.
Ali eu ficaria. Ao lado dela. Ao lado do que restou de mim. Ao lado do velho que me mostrou que o amor verdadeiro não morre... apenas adormece onde a alma ousa procurar.



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terça-feira, 1 de julho de 2025

Diário de Tandanun – Episódio 5: Desenvolvimento de Vandey e Gracy

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No episódio anterior, contei como desenvolvi os personagens Duolin e Wendel.
Hoje, vou revelar um pouco sobre a criação de Vandey e Gracy, líderes da ilha de Gladiatus.

Então se acomode na cadeira e bora começar!

🏹 A guerreira Gracy

Vamos começar pela Gracy, pois sua criação foi mais direta. Quem curte os filmes dos anos 80 provavelmente já sacou minha inspiração: Sim ela mesma a Grace Jones!
Eu queria uma personagem feminina forte, imponente e marcante para representar o povo de Gladiatus. Certo dia, vi uma propaganda ou um vídeo do filme Conan, o Destruidor, no qual ela aparece. Na hora pensei: "É isso!". Adaptei o visual e a atitude dela para o universo de Tandanun — e assim nasceu Gracy.

⚔️ Vandey e a origem de Gladiatus

Agora sim, vamos falar de Vandey. A inspiração para ele veio de um antigo encarregado numa empresa onde trabalhei em 2012, na época em que eu começava a rascunhar o universo de Tandanun. Leia o Episódio 1, conto tudo lá.

Ele era um cara negro, baixinho e forte, sempre animado e motivador. Tinha um bordão que vivia repetindo para a equipe: "Bora, meus gladiadores!"
Essa frase ficou na minha mente, e foi a fagulha que acendeu a criação de um líder guerreiro — forte, estratégico e carismático. E por causa disso, o nome da cidade também se tornou Gladiatus, e os habitantes passaram a ser conhecidos como "os Gladiadores". Uma homenagem bem merecida!

Neste quinto episódio do Diário, compartilhei um pouco sobre a criação dos líderes de Gladiatus, Vandey e Gracy.

No próximo episódio, vou apresentar Baloon e Karung!

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